Professores da UFMT decidem por indicativo de greve

23/06/2011 23:45

Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiram ontem à tarde em uma lotada assembleia geral pelo indicativo de greve sem data determinada.

A categoria se manifesta contra o congelamento dos salários até 2019, contra contratações precarizadas de substitutos e temporários, o sucateamento da estrutura física da Universidade e cobra perdas salariais, que já passam dos 152% em 12 anos.

Os professores resolveram marcar nova assembleia, na qual vai elaborar a pauta interna de reivindicações para, se for o caso, subsidiar um movimento grevista. No dia 28 de junho, às 14 horas, um possível indicativo de greve voltará à tona.

A pauta interna irá açambarcar não somente preocupações do Movimento Docente com capilaridade nacional, mas também questões específicas dos campi em Mato Grosso.

A Assembleia de hoje também deliberou que o delegado da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT S.Sind.) irá levar à reunião do setor das Instituições Federais de Ensino (IFES) nesse final de semana em Brasília a sugestão de indicativo de greve para todas as seções sindicais do país.

Uma delegação da ADUFMAT S. Sind irá participar do ato público articulado pelo funcionalismo federal, amanhã (16), também em Brasília. A marcha passara por toda a Esplanada dos Ministérios, para marcar a descontentamento do setor com a forma que consideram negligente de negociar do Governo Federal.

Tudo que for discutido nas próximas semanas pelos docentes da UFMT será levado também ao 56º Conselho do ANDES-SN (CONAD), de 14 A 17 de julho, em Maringá (PR). No CONAD, o Movimento Docente irá avaliar o Plano de Lutas aprovado para o período e apreciar as contas do Sindicato Nacional.

Na próxima terça-feira, dia 21, às 10 horas, haverá uma reunião no auditório da ADUFMAT S.Sind com professores substitutos e temporários, para que levantem as preocupações específicas dos contratados.
Os professores da UFMT querem, portanto, costurar uma greve local, que dê conta dos problemas específicos, e inspirar uma greve nacional, que amplie o movimento.

Sobre as possibilidades de ocorrer de fato uma greve, o presidente da ADUFMAT S.Sind, Carlos Alberto Eilert, disse que a base é que decide, embora haja forte inclinação para isso.

A última greve dos professores da UFMT, conforme ele lembra, ocorreu em 2005 e durou 152 dias.
“Se nós gritarmos, o governo vai nos ouvir. Nunca ganhamos nada sem reivindicar”, disse o professor Tomás Boaventura, historiador, defendendo a construção coletiva da paralisação. “Precisamos voltar a fazer uma vigorosa campanha salarial”.

A professora Marluce Souza, doutora em Serviço Social, destacou que os professores das universidades federais não estão tendo mais data base, porque o governo não quer negociar ano a ano com a categoria. “Se olharmos nossos holerites, vamos perceber que só tivemos aumento nos últimos anos em decorrência de capacitação, ou seja, esforço próprio”.

A professora Sirlei Silveira, das Ciências Políticas, propôs um debate continuado sobre o que é a universidade brasileira.

Em consonância, os professores Juliana Ghisolfi, da Política, e Dorival Gonçalves, da Engenharia, defenderam a urgência de uma pauta interna, que dê clareza às reivindicações do Movimento Docente na UFMT. 

 

fonte: Por  Keka Werneck / ADUFMAT S.Sind.

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