Professores da UFMT põem fim à greve

04/09/2011 03:18

Os professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) encerraram o movimento grevista, mas só retornarão às salas de aula no dia 12 de setembro. A decisão foi tomada ontem, durante assembleia geral com cerca de 100 docentes representando os campi de Cuiabá, Barra do Garças e Sinop. Dos professores presentes 70 votaram pelo fim da greve e 32 pela manutenção da paralisação. A reunião ocorreu durante toda manhã no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat). 

Antes de voltar ao trabalho os docentes irão realizar duas assembleias, nos dias 6 e 9 de setembro, com objetivo de aprovar a pauta interna da categoria, que possui itens como autonomia universitária, fortalecimento da carreira, melhoria nas condições de trabalho, pedido à reitoria de realização de Assembleia Universitária e Estatuinte, ENEM, campanha 10% do PIB para a Educação, entre outros. As reivindicações serão encaminhadas à reitoria. “As propostas foram retiradas das várias discussões feitas pelos docentes e sistematizadas pelo comando de greve”, explica um dos integrantes do Comando, o professor aposentado Tomás Boaventura. 

Os docentes da UFMT se viram obrigados a suspender a greve pelo fato de, no último dia 26, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), ao qual Adufmat é filiada, ter aceitado a proposta apresentada pelo governo federal: reajuste emergencial de 4% sobre o novo vencimento básico e incorporação da gratificação específica do magistério superior e, também da retribuição por titulação. A aplicação do percentual é válida tanto para docentes do magistério superior quanto do ensino básico, técnico e tecnológico, e será implementada em março de 2012. A Adufmat cobrava aumento de 14% e se manifestou contrária ao acordo, mas foi voto vencido. “A Andes aceitou o acordo que a maioria, pelo silêncio, aprovou”, criticou a professora Sirlei Silveira. 

Os professores admitiram que os avanços com essa greve foram poucos. “Reajuste de 4% e promessas de incorporação dos penduricalhos”, enumerou o professor doutor no Instituto de Saúde Coletiva da UFMT, Wanderlei Pignati. “Não tivemos ganho econômico significativo, mas as incorporações são importantes para a categoria”, avaliou a professora Marluce Souza, que também é do comando de greve. Os três campi que encerraram a greve têm cerca de 1.300 professores e o vencimento básico do docente do ensino superior hoje é de R$ 550. 

ESTUDANTES - Com o fim da paralisação cerca de 18 mil universitários retomam as atividades, porém para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) pouca coisa muda. “Os estudantes acreditavam que a greve continuaria por mais um tempo, pelo menos até que houvesse uma sinalização de que a situação da UFMT iria melhorar. Estamos com a universidade sucateada e nada vai mudar”, avaliou o coordenador geral do DCE, Alex Zopeletto, estudante de Psicologia. 

De acordo com o coordenador há uma discussão entre os alunos da UFMT para a realização de uma greve estudantil. “Temos uma pauta que vai desde a ampliação da biblioteca central, ampliação do atendimento do restaurante universitário e do passe-livre para estágio e pesquisa fora do campus”, citou. “No dia 9 de setembro, realizaremos o Conselho de Entidades de Base [CEB] para discutir a proposta da greve estudantil”, antecipou. 

A pró-reitora de Ensino e Graduação, Mirian Serra, acompanhou a assembleia, mas não interferiu na decisão. “O fim da greve e a data escolhida do retorno são decisões autônomas do sindicato”, resumiu. Sobre a reposição de aulas a pró-reitora afirmou que é um assunto a ser discutido pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão. “É uma tradição da UFMT repor suas aulas”, concluiu. 


ALCIONE DOS ANJOS
Da Reportagem

fonte: Diário de Cuiabá


 

 



 

 

link

CAEst -UFMT

04/12/2012 14:26